sábado, 30 de julho de 2011

ON BOARD THE ITAPURA (two boys)


                                          

                                                                                                         
A segunda imagem  com a seguinte referência no envelope: "On board the S.S. Itapura".Dr. Reuchlin`s two boys. The eldest with his arm over the over the younger`s shouler.
                          Uma Kodak "model nº3" tinha duas possibilidades de fixar uma imagem. A primeira era usar uma bobina de rolo usando uma tampa traseira com um visor (do tamanho de um botão) com filtro vermelho por onde poderia-se visualizar o nº da "chapa" que era passada adiante logo apos o uso. A outra possibilidade, um pouco mais complicada, era o uso de placas de vidros , para isto acompanhava a maquina, um tecido preto e outro fundo da câmera onde se encaixava-se o vidro emulsionado. Tudo isto era preparado em lugar bem abrigado da luz. Uns bons quinze minutos para um pratico.
                          Mas voltamos a foto acima. O que me chama atenção na foto acima é uma certa tensão dos meninos, o que tem uma certa logica, diante de uma série de preliminares que antecederão este instante. Outro detalhe é o verniz brilhando na madeira o que até hoje se tem muito cuidado na manutenção em embarcações. Quase se da pra dizer qual o tipo de madeira usada olhando o veio da mesma. |(cedro ainda é muito usado).
                       Algo me intriga e talvez levante uma questão teórica sobre sobre a imagem fotografada e seu tempo. Não sei se era um jeito pessoal de identificar a cena, mas como já chamei atenção na foto de Miss E. (resting her chin),  a  fotografia estava se desprendendo da imagem pintada. Apesar de em 1916 a fotografia, como tal, estar completando uns 50 anos,  penso que a necessidade de uma descrição como esta acima, ( The eldest with his arm over the younger`s shouder ) reforça (conceito meu) a uma cultura visual ainda não acostumada a imagem de si mesmo, reproduzida, divulgada e publicada.  Ai talvez a necessidade de reforço do que se vê. 
 .






terça-feira, 26 de julho de 2011

ON BOARD THE ITAPURA

                                 Entre os dez negativos esta imagem tem muito qualidade e traz no seu envelope a seguinte descrição: On board the S.S. "Itapura". Miss E. Steinpflug, retinig her chin.
                                 O S.S. Itapura era um barco pertencente a Companhia Nacional de Navegação Costeia . que se caracterizava por ter todos os barcos com nomes iniciados em Ita que na língua indígena Tupi-Guarani significa pedra. Estranho a significação de nome para navios, mas quem não se lembra da música de Dorival Caymmi "peguei um Ita no norte e vim pro rio morar..."   Não era o caso de meu avo que provavelmente ( vou usar muito esta palavra) e estava de viagem desde Porto Alegre ao Rio de Janeiro onde embarcaria em outro navio para Liverpool . Distante  43 km de Manchester  fazia negócios (importação) e onde também conheceu seu grande amor.
                             Bem, isto são outras  fotos, por enquanto penso nesta linda jovem sentada num belo dia de sol "reting her chin" (apoiando seu queixo) e um jovem senhor (28) um uma câmera fotografia numa viagem em um pequeno navio (60) metros de comprimento e pelo menos uns 15 dias de viagem.
                            Tirar uma foto no começo do seculo passado era um rito que chamava atenção, era quase como pintar um quadro. Mas Eastman Kodak foi o Bill Gates da imagem no sulfeto de prata e logo todos poderiam ter a sua pocket.   Talvez um Iphone4 não chama-se tanta hoje com aquela pequena caixa magica cheia de articulações  cromadas em alto mar ou em qualquer outro lugar.
                            Outro detalhe me chama atenção: sua saia de pie de poule tecido que Coco Chanel nos anos 30 sofisticou para o mundo da moda.
                     Neste detalhe também pode se observar o campo focal com excelente nitidez sobre os botões
forrados e o braço da cadeira do vizinho de deck e o delicado lenço na mão da senhora E.
             

segunda-feira, 25 de julho de 2011

                Estes são os dez envelopes. Neles foram  datilografados por Oscar os locais que vão servir para uma pesquisa movida por pura curiosidade e pode ser tornar uma divertida aventura.
               Ainda bem que por sua organização traz  esta possibilidade de vasculhar estas  imagens com lugares e pessoas bem demarcados, mas sem datas. Vou fazendo as publicações delas a partir de referencias pessoais  do Oscar e outras  por ele indicadas nos envelopes.  
             

terça-feira, 19 de julho de 2011

Kodak model nº 3



              Tudo começa por uma câmera fotográfica que herdei junto com alguns negativos de celulose e outros de vidro.
              Não é de agora que a fotografia esta diretamente ligada a minha formação.  Eu e meus irmãos por inúmeras vezes vimos meu pai montar, de forma improvisada, seu laboratório de fotografia num corredor que dava acesso a cozinha na velha casa da Cristóvão Colombo. 
             Com cobertores vedava algumas frestas de luz vindas da sala e algumas vezes, (que presente!!!)  participávamos daquela alquimia com forte  cheiro de vinagre. Magica aos nossos olhos!
             Muitas Retinas Kodak, Zeiss Ikon, Cannon, e objetivas e incontáveis acessórios, hoje fazem parte desta memória que começa realmente com meu avô Oscar Federico Ely e sua Kodak A model nº3. E é nestes dez negativos, que percorro os CAMINHOS DO AVÔ.